Passeios

Sábado meus pais vieram em casa para levar o Breninho para passear. Levei a maior bronca da minha mãe porque não passeio com ele.

O fato é que tenho medo. Tenho medo que o mundo faça algum mal para meu filho. No entanto ela está certa, eu deveria passear mais com ele, então resolvi passear com ele todas as tardes, depois das 16 horas (de manhã não rola, esse menino é muito preguiçoso).

Todos os dias, quando dá 16 horas, eu pego o Breninho, rezo um pouco e saio com o pimpolho. Veja bem, não sou muito ligada a religiões, mas acho essencial rezar (sintoma pós-parto?). Vai que eu encontro uma pomba que queira sequestrar meu filho? Ou um marimbondo mutante? Melhor prevenir.

Enfim, lá vou eu dar uma voltinha pelo bairro. Ele adora, fica olhando tudo. E eu agarro ele tentando protegê-lo do ar da rua. Ao mesmo tempo fico mostrando as coisas: cachorros, gatos, pássaros. Sempre acabo na casa da minha mãe, que é pertinho. Ele não gosta muito, já sabe que o passeio será interrompido e ele entrará em outra casa chata. No portão ele já faz cara de choro. Quando saímos volta a felicidade, afinal ele passeará de novo. Enquanto ele está feliz, lá estou eu angustiada, preocupada com todos os carros assassinos que passam pela gente.

Quando chegamos em casa eu respiro fundo e agradeço por tudo ter ocorrido bem. Ele pensa diferente, abre o berreiro, provavelmente numa tentativa de me convencer a sair de novo.